Pesquisando a hegemonia estadunidense na América Latina

A coletânea contida neste volume representa uma amostra da vitalidade do pensamento social crítico latino-americano num contexto que se delineia adverso às históricas lutas pela igualdade substantiva. Retomar o fio histórico da arquitetura de poder em nível global, modelar os conceitos basilares e desvelar a trama do poder inserindo a América Latina nesse cenário permite enfatizar a atualidade e a pertinência do pensamento crítico. A incansável luta dos oprimidos e explorados por condições sociais dignas de convivência assume uma diversidade de formas, para as quais a compreensão histórica da contemporaneidade torna-se o chão da projeção de um futuro cada vez menos materialmente desigual e hierárquico. Continue lendo

Karl Korsch: crítico marxista do marxismo

Este livro oferece uma interpretação da contribuição do jurista e teórico alemão Karl Korsch para o desenvolvimento de uma teoria político-social crítica contemporânea. Realiza uma síntese do contexto da época e da trajetória de Korsch para extrair suas premissas, identifica as bases teóricas que possibilitaram elaborações divergentes do marxismo da II e III Internacionais, apresenta os conceitos/categorias de análise do autor, por meio de dois eixos de sua produção intelectual: a busca constante pela ação autônoma do proletariado e o fenômeno da contrarrevolução nas dimensões fascista, marxista ortodoxa e democrática. Ao final, apresenta a relação entre pensamento e prática de Korsch com o presente. Cinco apêndices trazem a tradução de quatro cartas e um ensaio, inéditos em língua portuguesa. Continue lendo

Capital, trabalho e educação

O livro a que o leitor tem acesso neste momento é uma reunião de textos publicados por Paulo Tumolo em distintos momentos. Não se trata de uma compilação aleatória; ao contrário, há um fio condutor que os alinhava e os une: a discussão da estratégia proletária de superação da ordem sócio-metabólica do capital e o papel que nela pode desempenhar a educação.
Para além das investigações acadêmicas, o interesse do autor pelos debates concernentes à estratégia política proletária e sua relação com a educação se deve, também, às atividades de formação teórico-política dos militantes de variados movimentos sociais e operários que desenvolve como membro do 13 de Maio – NEP desde meados da década de 1980. Continue lendo

Política de Memória Histórica no Brasil: um estudo de sociologia política

Quem tem medo da verdade? Esta é a pergunta que o sociólogo Linoberg Almeida nos faz de início ao prefaciar este livro. Desvendar verdades parece desafio raro numa terra que abraça jeitos e ditos cinzentos, e a autora Juliana Grigoli abre uma picada, um norte, em seu compilar e desmontar dos jeitos de expressar uma época, uma sociedade e suas verdades. Sua pesquisa teve como principal objetivo analisar o processo de oficialização ou institucionalização de políticas de memória histórica no Brasil, em especial no estado de Santa Catarina, assim como as controvérsias em torno de reivindicações não resolvidas. Como resultado, foi possível concluir que ainda há elementos organicamente autoritários constitutivos da democracia instalada, como de controle político sobre as demandas estruturais da sociedade.
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A escola e a exploraçao do trabalho infantil na fumicultura catarinense

Este livro aborda as circunstâncias em que a exploração do trabalho infantil e a ajuda da criança ocorrem na fumicultura catarinense e se relacionam com a escolarização. Além de um estudo bibliográfico e de uma análise documental, foram feitas entrevistas e análise de 1.080 desenhos e redações de crianças e adolescentes. Ao escutá-los, constatou-se que eles realizam inúmeros trabalhos rurais e domésticos, combinados em formas familiares e não familiares. Concluiu-se que, se por um lado a sociedade coloca o problema do trabalho infantil como algo a ser resolvido pela escolarização, pela legislação e pelas políticas públicas, por outro tais ações têm se mostrado incapazes de solucionar os problemas cuja origem está entranhada nas relações contraditórias que submetem o trabalho ao capital. Continue lendo

Precarização e trabalho decente nas cadeias produtivas globais

As cadeias produtivas globais têm promovido alterações no estatuto do trabalho. Os processos de terceirização e quarteirização da força de trabalho impõem desafios para o protagonismo sindical. Nesse contexto, novas modalidades emergem como possíveis parâmetros para a criação de melhores empregos, com respeito aos direitos fundamentais dos trabalhadores em direção à noção de trabalho decente da OIT. O livro aborda a experiência da multinacional Inditex e os limites e avanços em matéria de responsabilidade social empresarial e trabalho decente. Como resultado principal, mostra que a pulverização descontrolada da cadeia produtiva é um dos elementos-chave do modelo fast-fashion, que promove, de um lado, a roupa de baixo custo e, de outro, a precarização e a escravidão contemporânea. Continue lendo

Trabalho e gênese do ser social na “Ontologia” de György Lukács

O estudo aqui publicado busca explicitar a tese central presente em Para uma ontologia do ser social, de György Lukács, em que o autor determina a gênese da prática social humana a partir do complexo trabalho, cuja dinâmica de suas categorias forma a base sobre a qual tem lugar o processo da gênese da autoconstrução do ser social. Trata-se, acima de tudo, de desvendar os lineamentos fundamentais que são identificados como as duas teses centrais que constituem a base sobre a qual Lukács elabora sua Ontologia: o trabalho como um complexo que instaura a diferenciação ou peculiaridade ontológica fundante entre a esfera do ser social e a esfera do ser natural e como o complexo que estabelece a estrutura e dinâmica das formas superiores da prática social, razão pela qual é definido como o modelo (Modell) mais geral de toda prática social humana. Continue lendo